terça-feira, 17 de novembro de 2009

Buenos Aires tem buenos aires

(Bem, na verdade não tem, mas ficava um título giro!)
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Nós à porta de Colónia do Sacramento
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Como a maior parte dos nossos leitores sabem (nem que seja porque alguns são os nossos credores!), aqui os piquenos estiveram uma semana e meia a passear entre Buenos Aires e Montevideo, fazendo um desviozito por Colónia do Sacramento.
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A Rua de Portugal
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Chegámos pela manhãzinha a Colónia do Sacramento de Buquebus, onde aproveitámos os únicos raios do sol com a direito a esse nome que apanhámos durante semana e meia. Colónia é uma cidade uruguaia classificada património da humanidade pela UNESCO. É uma cidadezinha muito catita, estilo Óbidos, mas com mais anúncioa à Coca-Cola. Ruas pequenas com casas tipicamente portuguesas, um farol do tempo da Maria Cachucha, e muitos cantos e recantos com árvores, flores e melgas. Obviamente que esta beleza toda só se deve porque, em tempos, Colónia foi portuguesa, na altura em que andávamos por aqui a meter-nos com as índias. À noite, e depois de comermos uma bela parrilhada, fomos para Montevideo.
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A Plaza da Independência
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Em Montevideo dormimos duas noites de graça: o episódio das carraças no Rio de Janeiro foi a melhor coisa que nos aconteceu, já que basicamente nos rendeu quatro noites à borla, duas no Rio e duas em Montevideo, oferecidas pelos hostel do Rio para que melhorássemos a nossa imagens dos hosteis deles. Por isso, aqui fica um conselho: andem sempre com dois ou três casais de carraças convosco e quando chegarem ao vosso hotel (quão mais fino melhor!) larguem-nos para se passearem nas vossas camas. Depois basta protestarem um bocado e logo terão os frutos de tamanha horrenda estratégia. A nós aconteceu-nos sem queremos, mas agora já sabemos como percorrer toda a América do Sul sem pagar uma única noite!
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Bem, quanto a Montevideo, a cidade é deveras desinteressante, sem grandes atracções turísticas, embora o guia que nos deram no turismo insistisse que contemplássemos extasiados certos prédios que poderíamos perfeitamente encontrar em Chelas. Mas pronto, ficou conhecida e ficámos a saber que Montevideo foi construída pelos espanhóis porque basicamente estavam com cagufa dos portugueses. A última noite foi passada num barzito simpático de seu nome Fun Fun, onde já esteve Carlos Gardel e onde ouvimos tango cantado e fomos assediados pela cantora uruguaia e por turistas brasileiras. Estes nossos lindos olhos não partem corações só em Portugal...

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No bar Fun Fun com a cantora que nos teria feito os seus Carlos Gardéis se nós tivessemos deixado
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Buenos Aires é a cidade do tango, da Mafalda, do Maradona, da Evita, do Carlos Gardel, do doce de leite e do Che Guevara. Infelizmente qualquer um destes ícones explorado comercialmente até à exaustão, o que funciona bem com os americanos pacóvios mas não com estes ilustres exploradores do mundo. Mas OK, os coitados têm que ganhar a vida, seja a dançar tango seja a impingir imans com todas as tiradas cómicas da Mafalda ou com a Evita a acenar em todas as perspectivas possíveis.

O mai lindo tango em San Telmo
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De Buenos Aires esperava mais tango no ar, mais nostalgia de tempos dourados que já não voltam. Pelo contrário, encontrámos uma cidade enorme, barulhenta, mas com prédios de outras épocas conservados de maneira a fazer inveja a muitos prédios em Lisboa. Buenos Aires está cheia de vida, seja pelos portenhos em sí, seja pelas manifestações, pelos protestos, pelas pessoas a gozarem os fins de tarde na rua, pelas ruas de comércio cheias de gente. Começámos por comemorar a ida a Buenos Aires com uma ida ao Pacha, uma discoteca da moda igual a tantas outros Pacha's pelo mundo fora, onde constatámos que estávamos rodeaods por índios. os argentinbos, ao contrário do que se diz, não é gente nada bonita!
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O obelisco da Avenida 9 de Julho, a mais larga do mundo
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Vimos tango (um bocado comercial) mas faltou-nos uma boa noite de tango. Para compensar tivemos o privilégio de poder ver o concerto da banda Fernandez Fierro, que com o seu tango electrónico alternativo nos deu uma noite bem diferente da que se espera em Buenos Aires.
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À porta do Fernadez Fierro
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Fomos ver o jazigo da Evita, fomos ao museu da Evita, fomos ao palácio presidencial (onde viveu a Evita!) onde fomos despachados tipo chouriços. Fomos ver o estádio onde o Maradona fez das suas (La Boca Junior, ou la Bombonera), fomos ao museu do clube do Maradona, fomos ver o camarote do Maradona, fomos ver o balneário do Maradona. Fomos ao congresso, onde tivemos a visita guiada mais chata do mundo (embora o guia garantisse que ia ser breve!). Fomos a Puerto Madero, onde eles fizeram nalgo parecido às nossas Docas, mas em bom. Tentámos ir aos dois teatros, mas estavam em obras. Fomos a Caminito, onde o turismo impera e estraga um sítio que, embora agradável, podia não parecer tao para inglês ver. Fomos beber um copo a San Telmo, que o nosso Bairro Alto bate aos pontos.

Ai que poses tão naturais...

Fomos a todo o lado, e no final de contas, Buenos Aires até tem buenos aires!
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Parrilhada argentina
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Diga lá Sr. Presidente
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Eles, a sala do Senado, depois de 759 horas de uma breve visita ao Palácio do Congreso

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